Reabilitação pós Covid-19 ajuda a minimizar as sequelas deixadas pela doença

Ao todo 15 manifestações pós Covid-19 já foram diagnosticadas em pacientes recuperados

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde mais de 16,6 milhões de brasileiras se recuperaram da Covid-19, no entanto a recuperação para ser total vai além da alta hospitalar.

A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda grave causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 que por afetar diversos órgãos como os rins, fígado, pulmão, coração e cérebro pode deixar sequelas. Pacientes com casos graves da doença e que necessitaram de internação são os mais suscetíveis a apresentarem sequelas, mas os casos leves também podem deixar marcas permanentes.

Vírus da SARS-CoV-2 Fonte: Imagens Públicas

As principais manifestações do pós Covid-19 até agora incluem: fadiga, falta de ar, dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, perda do paladar e olfato (temporária ou duradoura) dor no peito, tontura, trombose, palpitações, depressão e ansiedade e perda de memória. Com um número considerável de sequelas que podem acometer os recém-recuperados, especialistas advertem que a reabilitação pós-alta hospitalar é fundamental.

A fisioterapeuta, Tatiana Ortiz, que possui uma clínica especializada em reabilitação da síndrome pós Covid-19 na cidade de Tangará da Serra – MT, alerta que reabilitação é fundamental para que as sequelas não se tornem crônicas. “O paciente que sai de um período de hospitalização ele precisa no mínimo fazer uma avaliação da parte funcional, para verificar qual a condição depois dessa agressão toda que ele sofreu, os que foram hospitalizados sem exceção precisam fazer uma avaliação de função pulmonar, vascular e muscular em um centro especializado”.

Para acompanhar mais sobre o trabalho de reabilitação da fisioterapeuta Tatiana Clique aqui.

Reabilitação pós Covid-19 Fonte: Sirlei Alves

A ciência recentemente percebeu que a perda do olfato e paladar pode continuar mesmo a pós a cura do Covid-19 tornando a fisioterapia olfativa uma das mais procuradas por consistir na estimulação do nervo olfatório e as conexões com aromas específicos para ajudar na recuperação. Para a professora, Fabiane Civa, a fisioterapia olfativa está sendo a sua esperança para voltar a sentir cheiros e os sabores dos alimentos. Diagnosticada com Covid durante a sua gestação, ela apontou que sofreu muito com a falta do olfato e com o paladar distorcido e atualmente mesmo após a sua recuperação da doença, apresenta há 11 meses os mesmos sintomas como sequelas.

“Eu iniciei em fevereiro a fisioterapia olfativa e me ajudou a começar a sentir, não realmente como é o sabor e o cheiro das coisas, mas eu já comecei a ter percepção olfativa, por exemplo, eu pegar e escovar os meus dentes eu não sentia o sabor, agora eu já comecei a sentir que a pasta já tem sabor. O cheiro de lavanda, o cheiro cítrico também está diferente para mim, mas eu já comecei a sentir”, comenta ela.

Assim como a Fabiane, a dona de casa Ivonete Medeiros, 56 anos e hipertensa também foi acometida pela Covid-19, não uma, mas duas vezes. Sua primeira infecção foi em setembro de 2019 com sintomas leves, já a segunda infecção foi em maio de 2021, onde teve 65% de comprometimento do pulmão e onde apresentou sintomas fortes como dor de cabeça, dor nas pernas e inclusive muita falta de ar, onde foi preciso ficar internada e receber oxigênio.

Um dos fatos que ajudou muito Ivonete no processo pós Covid-19, foi a fisioterapia em reabilitação pulmonar. Ela conta que já se sente bem melhor e que inclusive ganhou alta da fisioterapeuta para iniciar atividades físicas. “A fisioterapia me ajudou bastante, me sinto bem, tenho mais disposição, diminuiu aquele cansaço todo e tenho mais confiança também. A doutora já me liberou para fazer caminhada leve, isso já é motivo pra comemorar’’, relatou.

A empresária Clarice Grapeggia que testou positivo para a Covid-19 no dia 30 de março de 2021, precisou ficar onze dias na internação, e chegou a ter 80% dos pulmões comprometidos. Quando questionado sobre as sequelas, a empresária afirma que ficou praticamente um mês sem conseguir andar. “Eu virei praticamente uma criança, para sair do lugar eu precisava de duas pessoas para me carregar pelos braços. Hoje tenho muito cansaço e fadiga, mal consigo caminhar uma quadra e chego quase morrendo de tão cansada. Eu acredito que perdi massa muscular e isso afetou minha resistência física, por isso tenho tanto cansaço. Não vai ter jeito, vou ter que começar fisioterapia para meu organismo ir voltando aos poucos. Já até me informei sobre essa reabilitação. Logo, logo vou começar”, disse.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Tangará da Serra, enfermeira Juliana Herrero, reforça para a população os cuidados mesmo para os que já vacinaram. “A gente só vai ter uma proteção que chamamos de proteção de barreira, quando tiver mais de 70% da população vacinada. Então mesmo quem está com as duas doses tem que manter todos os cuidados”, afirmou.

A recomendação é que a população continue a utilizar álcool gel para higienização das mãos, assim como uso de máscaras e o distanciamento social. Essa é a melhor forma de prevenção.

Para saber mais sobre os cuidados Clique aqui.

A pandemia do século

O novo coronavírus (SARS-CoV-2) que causou a pandemia da Covid-19 no mundo teve início na cidade de Huhan na província de Hubei na República Dominicana da China, onde no dia 31 de dezembro de 2019 foram reportados a Organização Mundial de Saúde (0MS) vários casos de pneumonia. No dia 20 de janeiro a OMS classificou o surto como sendo de Emergência Pública de Âmbito Internacional e em 11 de março como pandemia, tornando-se das mais mortais da história.

Os vírus da família  (coronavírus) são a segunda principal causa de resfriados comuns. Esse tipo de vírus é encontrado principalmente em animais sendo que apenas 7 tipos são encontrados em humanos: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus SARS-CoV-2 que se espalham principalmente pelo ar.

Com um alto índice de contagio pelo mundo, o vírus chegou ao Brasil no dia 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo, onde logo foram iniciadas ações governamentais de retirada de brasileiros da China e medidas de prevenção contra a circulação do vírus, como toque de recolher, fechamento de comércios não essências, isolamento social, quarentena e lockdown (Bloqueio que, imposto pelo Estado ou por uma ação judicial, restringe a circulação de pessoas em áreas e vias públicas, incluindo fechamento de fronteiras).

Até o momento o Brasil registrou a ocorrência de 19.106.971 casos confirmados, 534.233 óbitos, 17.666.654 casos de recuperação, 144.456.183 doses de vacinas distribuídas e 30.551.564 pessoas imunizadas com a segunda dose da vacina. No estado no Mato Groso foram registrados até o momento 462.992 casos registrados e 12.128 óbitos por Covid-19. Em Tangara da Serra os números chegam a 15.934 casos registrados, 322 óbitos, 15.471 curados e 39.964 doses de vacinas aplicadas.

Maiara Cristina

Sirlei Alves

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